quinta-feira, 17 de junho de 2010

Fechei os olhos. Tornei a abri-los, não fez diferença. A escuridão se propagava extensa, em sua infinitude do nada. Não havia nada além do escuro. Não havia nada além. Um som agonizante cada vez mais alto no meio de todo aquele silêncio. Só havia o medo, que se espalhava por aquele quarto, se arrastava pelo chão, atingia as paredes, atingia os móveis, atingia, sobretudo, a mim em milésimos de segundo. As janelas permaneciam fechadas, mas o vento frio era atormentante. Fechei os olhos. Senti algo aproximar-se de mim, passar as mãos serenas sobre minha cabeça, colocar as meias em meus pés, cobrir-me com o cobertor e permanecer ao meu lado, silencioso. Senti uma segurança ressurgir, uma que eu pensei não existir. Voltei a abri-los, entretanto agora havia algo diferente, a luz atingira meus olhos, as cores se propagavam em degradê, o frio já não me atormentava. E lá estava, diante de mim, a me acariciar com suas mãos confortantes que me encorajavam. O medo já não me atingira com tamanha intensidade enquanto, deitada num abraço de paz, me entregava em seus braços de harmonia.
Agora uma pequena parte de mim é medo, e outra, muito maior, é amor.

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