domingo, 22 de março de 2009


Antigamente eu achava que o mundo era imensidão, era muito pequena no meio de tanta gente grande. Eu costumava olhar para o céu e fazer meu pedido a estrela. Antigamente eu achava que com 500 reais poderia comprar casa para umas cinco pessoas. Antigamente achava que o amor era tanto que transbordava da Terra e corria pelo universo preenchendo os espaços entre as estrelas. Antigamente eu ligava a TV e me divertia em meio aos desenhos animados. Antigamente eu achava que os erros podiam ser concertados com uma borracha, meus maiores problemas se resumiam a: borras de desenhos, desenhos errados à caneta, a palavra errada, o risco torto. Antigamente eu via as flores na mão. Antigamente eu achava que pessoas grandes sabiam de tudo, eu sonhava em ser grande e ter resposta pra tudo.
Hoje o mundo é uma imensidão de desordem, loucura, um colapso. Hoje me sinto tão pequena quanto às outras pessoas são na diferença de querer não ser. Hoje o céu é uma grande nuvem de fumaça cinza onde sequer consigo achar a estrela, sonho. Hoje vejo que com 500 reais posso comprar um vestido, uma bolsa, não dá pra sustentar nem meia vida. Hoje o amor é tão pouco, muitas vezes insignificante, que ha gente trocando-o por dinheiro. Hoje eu ligo a TV na espera de saber quais as notícias (ruins) do dia. Hoje muitos erros necessitariam de outra vida para serem concertados. Hoje todas as flores estão ao chão. Hoje vejo que essas "pessoas grandes" nada sabem, não passam de grandes, grandes ignorantes. Hoje eu sonho em ser como antes. Hoje eu sonho em poder sonhar, estrela. Hoje eu só quero viver meus sonhos, na tentativa de fugir dessa realidade. Nunca cheguei tão perto e desejei estar tão longe. Mas eu estou levando, levando eu mesma na mão.

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